Jesus Nazareno,
com a sua lucidez diferenciada, identificava com precisão os equívocos do Velho
Testamento. Por exemplo:
Outrossim,
ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus
juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem
pelo céu, porque é o trono de Deus, nem pela terra, porque é o escabelo de seus
pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei, nem jurarás pela tua
cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso
falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.
(Mateus 5:33-37)
Se algum leitor
não captou o que Jesus havia dito, eu sinto muito. Era assim que Jesus
lia o Velho Testamento, sem generalizar e sempre revelando onde estavam os
equívocos. E não como fazem ainda hoje, aceitando tudo como correto e
verdadeiro. Dessa maneira, a ignorância e a estupidez permanecem entre nós.
Mesmo assim, os versículos ainda contêm o ranço religioso dos escribas, como
sempre.
A mente humana
linear é quem generaliza, porque não tem lucidez, nem capacidade, apesar de se
achar soberbamente mais esclarecida que todo mundo e dona da verdade.
Sempre acha
arrogantemente que sabe mais que os outros, porém é ignorante e estúpida.
Observe, inclusive a você mesmo, espiritualista ou materialista que tem cursos
“superiores”, ou não.
Foi por causa
dos votos ao “Senhor” que Jefté, filho de Gileade com
uma prostituta, ofereceu sua única filha (primogênita) em holocausto, e o
“deus” personificado de Moisés aceitou a oferenda (Juízes 11:30-40).
Ou seja, procedência maligna.
Isto não soa
bastante suspeito? Além do mais, sugere que os primogênitos sacrificados não
eram somente do sexo masculino. Inclusive, eram filhos de supostos “pecadores”.
Dessa forma, os
pais eram encorajados a entregarem seus filhos primogênitos para o manjar dos
“deuses”, porque havia um motivo considerado “justo” para isso.
O pai da mentira
dominava a arte da mentira. Mas tentaram ocultar da humanidade os rituais
macabros da Bíblia, promovidos por aqueles seres sinistros.
Lembrando que Jesus
disse: “de maneira nenhuma jureis”. Ou seja, em outras palavras, não
faça como o texto antigo, de morte e condenação sugere.
A mente dual
condicionada e duvidosa diz sempre “sim e não”, ao mesmo tempo. Não há certeza
nem garantia e não cumpre com o que promete. Como disse também o filósofo Nietzsche:
“Promete e não cumpre”. Ele sabia o que estava falando, do contrário
não seria um excelente filólogo. O mais eficiente, depois de Jesus.
Por sua vez, a
lucidez da Vida real interior, nossa verdadeira Identidade, é sempre
transparente e justa, ou seja, “sim, sim”, ou então “não, não” (sem dualidade).
Não tem injustiça, nem engano ou falsidade. Sem teorias intelectuais enganosas,
como também sugeriu Jesus.
Por exemplo,
outro dia, eu li um artigo na internet, baseado na Bíblia, citando somente
Mateus 5:33. Ou seja, aprovando o que Jesus havia reprovado, omitindo
os demais versículos complementares, que vão até o 37. Esta é uma questão
bastante delicada.
Dessa forma,
eles vão enganando os leigos, com suas costumeiras “boas intenções” em “salvar”
a humanidade. Pesquise também na internet e confira o que eu estou dizendo.
O
fantasioso nega a verdade para si mesmo; o mentiroso apenas para os outros.
(Nietzsche)
Ao citar um ou
mais versículos bíblicos, primeiro é necessário conferir o que está escrito
antes e depois, para não haver equívocos e não engar o leitor. Isso se chama
transparência, justiça e honestidade.
Quem engana
sempre é a mente linear, por mais “sincera” que ela seja, devido a seu estado
atual de inconsciência. Além disso, faz coisas ainda mais “catastróficas”, com
muito “boa intenção”, apoiada pela Bíblia e pela sua fé religiosa.
Esses
professores da moral que recomendam ao homem acima de tudo que se autodomine,
dão-lhe, dessa forma, uma singular doença, ou seja, uma constante
irritabilidade e uma comichão a todas às emoções e inclinações mais naturais.
(Nietzsche)
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